Recifert lança em Lajeado Grande – SC, obra inédita no país

Chaleira Preta

Fernando Heinen

Recifert lança em Lajeado Grande – SC, obra inédita no país

O projeto deverá ficar pronto em 150 dias e vai gerar fertilizante 100% orgânico e sem odor, a partir de carcaças de animais não abatidos recolhidos em todo o estado, com índice zero de poluentes.

Cerca de 70 líderes do agro catarinense prestigiaram, dia 10 de fevereiro de 2023 em Lajeado Grande – SC, o lançamento, pela empresa RECIFERT, da pedra fundamental da 1a Unidade do Brasil do gênero. A fábrica terá capacidade de processar até 100 ton./dia de animais não abatidos, oriundos de integrados, de produtores independentes, de cooperativas e agroindústrias de SC. Os investidores Clodoaldo Dalmolin e Adriano Salles e Henry Kenner Ribeiro, irão desembolsar cerca de R$ 17 milhões, incluindo a compra – já efetivada – de um terreno de 56 mil2 que pertencia a Aurora Coop.

Dalmolin relatou que a percepção do problema – grande quantidade de mortes naturais de animais como suínos, aves, bovinos e similares -, vem desde 2010, “e já nos preocupava a destinação dessas carcaças”. Como Dalmolin já conhecia Clenoir Soares, Assessor Ambiental da Alfa, Sandro Tremea – assessor técnico de suinocultura da Aurora e Eliana Renúncio (mesmo cargo do seu colega), “começamos um trabalho para desenvolver as regras de armazenamento e recolha dessas carcaças”. O Investidor concordiense disse que grande desafio após essa etapa, “era o buscar a legalização estadual dessa operação“.

Foi quando surgiu o grupo de trabalho (TECDAM) composto por vários órgãos especializados em Saúde Animal e, nomes de destaque nessa área, como: Embrapa Suínos e Aves, Cidasc, MAPA, além da Dra Masaio Mizuno Ishizuka, escritora do livro ‘Mitigando Riscos Na Coleta de Carcaças de Suíno’, e outros colaboradores. “Foi um trabalho árduo, pois o desafio era diminuir o risco sanitário, a proteção ao trabalhador, gerando sustentabilidade plena”.

Até que, em 2019, foi aprovada a IN-48, que autorizou o uso de carcaças e o trânsito das mesmas, sendo que o produto fim gerado no processo, serviria como adubo, fertilizante e biodiesel. Dalmolin explicou que, devido a farinha de carne poder ser utilizada apenas para Adubo e Fertilizantes, procurou Adriano Sales, especialista em fertilizantes de Várzea Grande – MT, que selou essa parceria. O próximo passo, foi aproximar Henry Ribeiro, Dr. em Biodiesel. Em seguida, busca por um local da fábrica. “Foi quando descobri esta área que pertencia a Aurora, em Lajeado Grande, e entrei em contato com Neivor Canton, presidente, e fechamos a compra”.

Fábrica sem emissão de poluentes, nem mau cheiro Maquinários modernos, filtros de gases, rapidez na produção, matéria prima resfriada e coletada no mesmo dia, são alguns aspectos que tornará o produto e processo inodor. “Até a cinza da caldeira se transformará em fertilizante”. Um aplicativo no site da RECIFERT, que será ajustado em breve com a CIDASC, facilitará a programação da logística – empresa/produtor – e, sempre pensando na blindagem da Sanidade, afinal, “SC é orgulho para o Brasil nesse sentido”, assinalou Dalmolin. “Já estamos com as licenças ambientais concedidas; agora, precisamos acelerar o processo. Nossa empresa gerará empregos e impostos para Lajeado Grande, sem contar, que esse insumo, além de excelentes resultados, será de baixo custo ao comprador”.

É positiva a visão dos representantes públicos e cooperativistas. O Deputado Estadual da região de Concórdia, Edilson Massocco (PL), destacou a coragem e determinação dos sócios da RECIFERT, “cujo projeto vai melhorar a situação ambiental no que se refere aos resíduos supramencionados, além de ampliar a qualidade de vida da população agrícola e urbana”. Para o presidente da AURORACOOP, Neivor Canton, os sócios da RECIFERT têm demostrado resiliência e paciência. “Nossa palavra é de estímulo a essa iniciativa”, referendou Canton. “É inevitável a morte natural de animais e, quem mais ganha com essa unidade, serão os produtores, cada vez menos alicerçados de mão de obra e sedentos por tecnologias”.

Canton disse que a inovação caminha par e passo, com as três principais atividades proteicas de SC, quais sejam, a produção de leite, de suínos e de aves. “Nós acreditamos que a ciência está a serviço do bem”. Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos – ACCS, sublinhou a importância do destino correto dos animais mortos. “Esse projeto é exemplo cristalino do que se conhece por economia circular, onde um problema sério se transforma em solução, ainda mais observando a carência que o Brasil tem por fertilizantes”. Losivanio foi enfático ao afirmar que o estado todo tem essa preocupação.

Para a Deputada Federal, Daniela Reinehr (PL), é incrível como os catarinenses têm a capacidade de transformar um problema em nova possibilidade, a exemplo da RECIFERT. “Somos os melhores do país naquilo que fazemos e esse projeto é plenamente sustentável, estudado com carinho e efetivado com comprometimento”.

Os amigos e DEUS
Dois momentos especiais no ato, foram a fala de Silvana Faccin Dalmolin, que agradeceu a primorosa parceria dos colaboradores, amigos e familiares, “pois estiveram sempre juntos acreditando e incentivando a não desistirmos”. Ela citou uma frase do livro – da Dra. Masaio Mizuno: – ‘O hoje deve ser melhor que o ontem e o amanhã melhor que o hoje ‘. “E esse é o objetivo desse projeto que está sendo implantado pela Recifert”. Na sequencia do ato, que foi conduzido por Julmir Cecon, encantou o espírito de todos, a oração do Pastor Juliano Moreira, da Igreja Comunidade Cristã Vida – CCV, que enfatizou: “Lembrar e ser grato ao Senhor é fundamental, pois tudo acontece pela sua vontade”.


Fonte/Imagem: Julmir Cecon, jornalista pvsc 0066 – JC Insights)

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