Passo Fundo avança com força no desenvolvimento sustentável e entra para o mapa da inovação energética do Brasil. Nesta terça-feira (22), a Prefeitura Municipal firmou um protocolo de intenções com a empresa Begreen Bioenergia e a Fundação Universidade de Passo Fundo (UPF) para instalar o primeiro HUB de amônia verde do Rio Grande do Sul – e o primeiro do Brasil neste modelo.
Com um investimento previsto de R$ 50 milhões, a iniciativa prevê a construção de uma planta industrial para produção de amônia verde diretamente no campus da UPF, utilizando hidrogênio verde como matéria-prima. As obras devem iniciar ainda em 2025, após os trâmites legislativos e ambientais.
O que é amônia verde?
A amônia verde é produzida a partir de hidrogênio verde — um combustível limpo obtido por meio da eletrólise da água utilizando energia renovável. O processo não gera emissões de carbono, tornando a amônia um composto sustentável e estratégico na descarbonização da economia.
Para que serve a amônia verde?
A amônia verde tem múltiplos usos e aplicações:
-
Agronegócio: é base para fertilizantes, fundamental para a produção agrícola sustentável;
-
Transporte e mobilidade: pode ser utilizada como combustível limpo para navios, trens e indústrias pesadas;
-
Armazenamento e transporte de energia: atua como vetor de hidrogênio, facilitando sua logística em longas distâncias;
-
Matéria-prima para a indústria química: usada na fabricação de produtos como explosivos, plásticos e refrigerantes;
-
Geração de energia: pode ser queimada diretamente ou utilizada em células a combustível.
Parceria estratégica com a universidade
A instalação do HUB dentro do campus da Universidade de Passo Fundo (UPF) reforça a sinergia entre inovação tecnológica, pesquisa científica e desenvolvimento regional. Segundo a reitora Bernadete Dalmolin, a presença da fábrica estimulará a formação de profissionais especializados em energias renováveis, além de gerar conhecimento, patentes e soluções práticas sustentáveis.
“Estamos desenvolvendo ciência e vendo a inovação nascer em nossa cidade. É um projeto que une sustentabilidade, economia e conhecimento”, disse a reitora.
Retorno econômico e social
Segundo o protocolo, a Begreen Bioenergia deverá processar até 2 mil toneladas de amônia verde por ano, com faturamento estimado em R$ 40 milhões anuais. Isso se traduz em retorno em tributos como ICMS e ISS, além da geração de empregos diretos e indiretos.
A empresa também assume o compromisso de promover ações de responsabilidade social, capacitação profissional e apoio a projetos de inovação, em alinhamento com a Lei Municipal nº 5.704/2023, que estabelece o Programa de Fomento ao Desenvolvimento Econômico de Passo Fundo.
“Teremos aqui uma empresa-escola. Vamos gerar empregos, desenvolver tecnologia e capacitar pessoas. É uma conquista para Passo Fundo e para o Brasil”, afirmou Luiz Paulo Hauth, diretor de operações da Begreen.
Destaque estadual e nacional
O projeto também foi contemplado pelo Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio Verde no RS (H2V-RS), promovido pelo Governo do Estado. Isso posiciona Passo Fundo como referência nacional na produção de combustíveis limpos e inovação verde, alinhando o município com as metas globais de neutralidade de carbono e transição energética.
O prefeito Pedro Almeida celebrou a conquista:
“É um marco histórico para Passo Fundo. Estamos falando de desenvolvimento com inovação, sustentabilidade e futuro.”
FAQ – Perguntas frequentes sobre o HUB de amônia verde em Passo Fundo
O que é um HUB de amônia verde?
Um HUB de amônia verde é um centro integrado de produção, pesquisa, desenvolvimento e distribuição de amônia sustentável, feita a partir de hidrogênio verde. Ele pode servir como polo tecnológico, econômico e educacional.
Onde será instalada a fábrica?
A unidade será construída dentro do campus da Universidade de Passo Fundo (UPF), fortalecendo a parceria entre setor público, privado e acadêmico.
Quando começam as obras?
As obras estão previstas para iniciar até o final de 2025, após a aprovação legislativa e as licenças ambientais necessárias.
Qual o impacto econômico do projeto?
Estima-se um faturamento anual de R$ 40 milhões e a geração de dezenas de empregos diretos e indiretos, além de arrecadação de impostos e investimentos sociais.
A produção da amônia é limpa?
Sim. A amônia verde é produzida com energia renovável e não emite gases de efeito estufa no processo, contribuindo para a descarbonização da economia.
Como o projeto contribui com a educação?
Por estar localizado dentro da universidade, o HUB atuará como empresa-escola, oferecendo oportunidades de pesquisa, inovação, estágios e formação de mão de obra qualificada.