A 96.7, abordou em uma entrevista detalhada sobre a crescente preocupação com a dengue, doença que já afeta diversas regiões do estado de Santa Catarina, incluindo o município de Caibi. Para esclarecer dúvidas e fornecer informações essenciais à população, a rádio contou com a presença da enfermeira Rúbia Perin, da Márcia Chiamulera, que integra a Vigilância Epidemiológica de Caibi, e de Odacir Zemiani, agente de endemias.
A dengue é uma doença infecciosa grave, transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, especialmente pela fêmea do mosquito contaminado. De acordo com a enfermeira Rúbia, a dengue é uma arbovirose que pode provocar sintomas severos, como febre alta, dor de cabeça intensa (cefaleia), dores no corpo, dor retroorbital (atrás dos olhos), diarreia, náuseas, vômitos, e erupções cutâneas (exantemas).
A doença pode se agravar para formas mais severas, como a dengue grave ou hemorrágica, e é especialmente perigosa para pessoas com comorbidades, como hipertensão, diabetes, problemas renais, hepáticos, idosos, gestantes e crianças. Em relação ao tratamento, Rúbia explica que não existe um medicamento específico para a dengue. O tratamento se concentra no controle dos sintomas e no acompanhamento médico constante, visto que a doença pode se desenvolver rapidamente, levando a complicações sérias.
A detecção da dengue pode ser feita de forma clínica, com base nos sintomas que o paciente apresenta, mas exames laboratoriais também são realizados para confirmação. Segundo Rúbia, em alguns casos, a doença pode ser diagnosticada rapidamente pelo quadro clínico, sem a necessidade de exames complexos, mas a confirmação laboratorial é essencial para monitoramento e controle. Pacientes que apresentem sintomas de dengue devem buscar atendimento médico imediatamente. “Se você não está bem, não deve esperar o resultado do exame em casa, pois a doença pode evoluir rapidamente”, alertou Rúbia.
Em relação à situação atual de Caibi, Rúbia destacou que, apesar de um ano relativamente mais tranquilo, a vigilância permanece constante. Em 2022, Caibi enfrentou um surto de dengue com mais de 800 casos positivos. Em 2025, o número de casos suspeitos são de sete, com exames sendo realizados para confirmar ou descartar a doença. Para monitorar a evolução dos casos, os dados são registrados em um programa nacional chamado CINAM, que ajuda a orientar as ações de controle e a tomada de medidas preventivas no município.
Odacir Zemiani, agente de endemias, reforçou a importância do controle do Aedes aegypti e destacou que, apesar de o município estar vivendo um período mais calmo, a população não pode relaxar. “A época de início dos casos é agora, por isso precisamos continuar vigilantes”, afirmou. A principal preocupação é a proliferação do mosquito, que encontra ambientes adequados para se reproduzir, como calhas e recipientes com água acumulada. “Mesmo com a diminuição das chuvas, ainda existem focos potenciais”, alertou Odacir, enfatizando que a população deve continuar colaborando no combate aos criadouros do mosquito, eliminando água parada em terrenos e construções.
Márcia, da Vigilância Epidemiológica, também falou sobre a vacina contra a dengue, um tema de grande relevância. Atualmente, a vacina está disponível nas unidades de saúde, para crianças e adolescentes de 10 á 16 anos, garantindo proteção contra as formas graves da doença. A vacinação é uma medida adicional de combate, junto com o controle dos focos do mosquito.
A entrevista ressaltou a importância da colaboração de toda a comunidade no combate à dengue, não apenas para evitar a proliferação do mosquito, mas também para garantir que os casos sejam rapidamente identificados e tratados. A vigilância contínua, a conscientização da população e a atuação das autoridades de saúde são essenciais para enfrentar a ameaça da dengue.
Neste momento, Caibi segue com o monitoramento constante da doença, com esforços conjuntos entre a Vigilância Epidemiológica, os agentes de endemias e a população. O alerta fica: a dengue é uma doença séria, e todos precisam se engajar na luta contra o mosquito transmissor. Caso apresente sintomas da doença, procure imediatamente a unidade de saúde mais próxima para avaliação e acompanhamento médico.
Para quem quiser ouvir a entrevista completa e saber mais sobre o que está por vir, convidamos você a acessar nosso podcast. Não perca!
Entrevista realizada em 21/03/2025