18ª edição do espetáculo foi apresentada na noite de quarta-feira (04), diante do Colégio Notre Dame Aparecida
Se a movimentação na Praça Albino Hillebrand aumentava ao passo que o dia dava lugar à noite, no interior do Colégio Notre Dame Aparecida não era diferente. Enquanto novas cadeiras somavam-se às já dispostas no espaço público e os assentos voltados ao educandário eram ocupados, os ambientes pedagógicos preenchiam-se de artistas rememorando os detalhes do show e caracterizando-se para apresentá-lo.
Quando as resplandecentes janelas da instituição de ensino se abriram para convidar os carazinhenses a deixarem-se sensibilizar pelos valores que perpassam e transpassam o milagre do Natal, as expectativas de protagonistas e espectadores encontraram-se. Iniciava, afinal, a Cantata Natalina – descrita pelo prefeito municipal, Milton Schmitz, como um dos grandes espetáculos de Carazinho.
O evento, que tradicionalmente transcende a representação do nascimento de Jesus Cristo, enfatiza, em sua 18ª edição, a Sabedoria como uma virtude que, tal qual o verbo feito carne, aproxima-nos do sagrado, impulsionando ações que contribuam para a concretização do projeto divino. Por isso, à abertura da apresentação ocorrida na quarta-feira (04), a Superiora da Província da Santa Cruz da Congregação das Irmãs de Notre Dame, Irmã Dirce Slaviero, fez votos de que o show verdadeiramente inspirasse nos presentes a reflexão sobre o significado da festividade cristã. “Que possamos levar conosco, para o próximo ano e além, o desejo de viver com mais compreensão, solidariedade e compaixão”, exclamou a religiosa.
Para tanto, a narrativa constituída por uma multiplicidade artística debruçou-se sobre o papel humano de assegurar a perenidade da vida, nas suas diferentes manifestações. As canções entoadas com vigor, seja pelas vozes infantis que compõem o coral escolar ou pelos voluntários que emprestam sua afinação ao coro adulto do espetáculo, enalteciam a perfeita Criação de Deus, evidenciavam a degradação capitaneada pelo homem e enfatizavam a sabedoria humana como a força motriz da mudança necessária. Reiterada pelas coreografias e dramatizações, reproduzidas com esmero por estudantes Notre Dame, a reflexão proposta pela narrativa foi costurada pelo pungente diálogo entre personagens antagônicos.
Enquanto a Treva, arrastando consigo grilhões e toda sorte de resíduos, zombava da Luz por inspirar um insistente esperançar, essa exaltava o verdadeiro sentido do Natal, frisando como, sendo seres à imagem e semelhança divina, todos somos sábios para não nos deixarmos esmorecer. “O amor, a compaixão e a criatividade são provas da existência de algo maior que nós mesmos. Ele não desistiu da humanidade, Ele veio até nós”, exclamou a personagem, incitando os milhares de espectadores à esperança que, ano após ano, a festividade cristã convida-nos a renovar.
Corroborando tal convite, um cortejo de mulheres trazendo os filhos no colo simbolizou a devoção de Maria ao aceitar gestar o Salvador, antes que a Sagrada Família ocupasse o palco principal da Cantata Natalina, sendo louvada por anjos, pastores e Reis Magos, além de uma plateia a perder-se de vista. Por fim, o nascimento do Menino Jesus foi celebrado com a alegria comum aos mais populares cânticos natalinos e com o resplendor de um show pirotécnico que prolongou ao firmamento a luminosidade a cintilar nas instalações escolares.
Mutirão da Esperança:
Oportunizando ao público a vivência dos valores enaltecidos pela narrativa artística, tais como a empatia e o cuidado, a Cantata Natalina arrecadou brinquedos novos durante o espetáculo. Destinados a crianças vitimadas pelas catástrofes climáticas ocorridas, entre os meses de abril e maio, no Rio Grande do Sul, eles serão reunidos aos donativos dos passo-fundenses engajados no Mutirão da Esperança, sendo destinados a moradores de Canoas durante um show solidário, que será apresentado, em 15 de dezembro, no município da região metropolitana de Porto Alegre.
Mesmo após o evento, é possível contribuir com a iniciativa. Basta entregar as doações, até 10 de dezembro, na recepção do Colégio Notre Dame Aparecida.