No Sul, o ano de 2022 iniciou com estiagem, afetando especialmente a cultura do milho. As perdas foram compensadas, em parte, pela elevação dos preços. A cultura da soja contribuiu para bons resultados aos produtores, devido aos valores mais elevados na época da colheita. Após este período, os preços declinaram resultando em perdas digeríveis pelas indústrias. Assim é o mercado de grãos, que além de fatores climáticos, ainda teve em 2022 como influenciadores de performance a oscilação do câmbio, o desempenho das proteínas animais, alto custo dos insumos e a guerra da Rússia e Ucrânia.
O mercado internacional das proteínas foi desfavorável. Aliado ao baixo poder aquisitivo interno da população, os negócios do mercado de suínos, leite e frango, não irão guardar boas lembranças de 2022. E esse cenário aviltante tende a se estender no primeiro semestre de 2023. Não se sabe ao certo, que iniciativas serão trabalhadas pelos novos governantes, e também é nebuloso afirmar que irá recuperar no curto prazo o crescimento das economias de países compradores, a exemplo da China.
Ficamos satisfeitos com o acréscimo de 25,5% nas receitas, 10,5% além do que planejamos. Este crescimento é fruto da confiança do associado e dedicação das equipes em buscar mais negócios no valorizado mercado agropecuário. Contudo, a rentabilidade ficou aquém do que esperávamos. E isso não foi diferente para outras organizações que atuam no agro, bem como ao produtor rural.
A atuação no MS completou seis anos em 2022. A proximidade com as pessoas, olho no olho, aperto de mão, eventos e reuniões presenciais marcam a forma de trabalho da Cooperativa. No MS esses fatores ampliaram o carisma junto aos associados e clientes. Devido a estiagem, houve perdas significativas na soja. Contudo, obtivemos ampliação nos volumes de compra de cereais e venda de insumos. Por ora, o custo tributário inibe a possibilidade de trazer grãos do Brasil-Central para Santa Catarina, porém, as vezes é a alternativa que dispomos. A obra da UPL em Sidrolândia, segue no ritmo programado. A expectativa é de iniciarmos ainda em 2024 a oferta de matéria-prima ao Frigorífico Aurora Coop de São Gabriel do Oeste, que passará de 3 mil para 5 mil suínos abatidos/dia.
Exigências normativas ambientais atravancam o andamento desejado das obras, porém, tudo será feito adequadamente. No futuro, precisamos pensar numa fábrica de rações e ampliação de silos em Sidrolândia, para transformar os grãos e agregar valor à cadeia produtiva.
Os eventos que marcaram os 55 anos da Cooperalfa tais como, a formação de jovens e mulheres, distribuição de Cota-Capital regionalizada, o Cooperação em Família, o 28º Integracoop, Dias e Noites de Campo, Seminário Gerencial, a inauguração da 3ª maior loja da cooperativa – a de São Lourenço do Oeste, foram executados com participação e gosto do associado, extrema organização, impacto e emoção. Um marco inegável, foi o cerimonial que lançou ao mercado o Complexo Industrial Tomazelli, dia 25 de fevereiro, o maior projeto dos primeiros 55 anos de história e que opera hoje com 100% de sua capacidade de esmagamento de soja. Essa obra é muito salutar à solidez e competitividade da Alfa no futuro.
Por ora a diretoria, alinhada com associados e conselhos, foca sua atenção na gestão dos negócios, na conclusão dos investimentos iniciados e na melhoria de filiais e processos. Novas possibilidades de negócios sempre serão analisadas, porém com extrema cautela, sobretudo até findar a colheita da safra de verão, com observância a fatores macroeconômicos, como taxa de juros, inflação, câmbio, disponibilidade de recursos, endividamento, dentre outros.
Resta-nos agradecer a lealdade dos associados, clientes e fornecedores, o empenho indescritível dos colaboradores e a confiança da comunidade.
Artigo de Romeo Bet – Presidente da Cooperalfa