Produtividade do arroz catarinense cresce 23% em 10 anos

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Produtividade do arroz catarinense cresce 23% em 10 anos

Enquanto a área plantada com arroz variou pouco nos últimos 10 anos, cerca de 5% entre o ano com maior área e o ano com menor, a produtividade do arroz irrigado catarinense, por hectare, cresceu mais de 23%. Praticamente com a mesma área plantada, a produção total aumentou em mais de 232 mil toneladas da safra 2012/2013 para a safra 2021/2022. Os dados são do Observatório Agro Catarinense. No painel interativo disponível no site é possível consultar os números da área plantada, produção e produtividade por município e região.

Imagem de Bishnu Sarangi por Pixabay

O levantamento é realizado pelo Centro de Pesquisa em Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa). Conforme a analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Glaucia Padrão, o aumento na produtividade é resultado do investimento em tecnologia, adoção de adubação em período e quantidade corretos e a adoção de sementes de alto potencial produtivo. Da área plantada, mais de 70% utilizam cultivares desenvolvidos pela Epagri. “Na safra 2021/22 por exemplo, as três principais cultivares utilizadas no estado foram desenvolvidas pela empresa, isso corresponde a 68% da área plantada total”, explica.

Safra 2022/2023

Atualmente, a colheita do arroz da safra 2022/23 está em andamento. Até o  momento,  14,52%  da  área  semeada  no  Estado  foi  colhida, conforme dados do Boletim Agropecuário do mês de fevereiro de 2023, divulgado pela Epagri/Cepa. Na região Norte de Santa Catarina, onde tradicionalmente o plantio ocorre mais cedo, a colheita está mais avançada e já ultrapassou 30% da área plantada. 

Conforme Glaucia, o prolongado período de frio no segundo semestre de 2022 atrasou o ciclo da cultura. “Da área a campo, nesta época do ano, mais de 40% das lavouras deveriam estar em maturação, de acordo com a média das últimas safras, no  entanto, apenas 26% das lavouras estão nesse estágio”, explica. 

Estimativa

A perspectiva é de uma leve redução na produtividade da safra 2022/23 em comparação com a safra anterior, quando foi registrada uma produtividade acima da média histórica. Mesmo assim, a perspectiva é de uma boa safra. A estimativa atual é de uma produção de mais de 1,25 milhão de toneladas, em 147,5 mil hectares.

O  mercado  do  arroz  fechou  o  ano  de  2022  com  preços  em  ascensão  e  continuou  essa  trajetória  nos primeiros  meses  de  2023,  tanto  em  Santa  Catarina,  quanto  no  Rio  Grande  do  Sul.  Em comparação com o mês de dezembro, o preço médio de janeiro, em Santa Catarina, foi 1,41% maior, fechando em R$ 82,25 a saca de  50kg.  Na  primeira  quinzena  de  fevereiro,  houve  um  incremento  nos  preços,  com  média  de R$ 83,11 a saca de 50kg, o que equivale a 1,05% de aumento em relação ao mês  anterior. 

De acordo com Glaucia, essa elevação ocorre em períodos de entressafra, portanto, de menor disponibilidade de produto no mercado interno. Além disso, o aumento das exportações brasileiras de arroz, especialmente a partir do Rio Grande do Sul, tem sido um fator importante de alta dos preços nos últimos meses. Com o avanço da colheita, a velocidade dessa elevação tende a reduzir, mas a expectativa é que o mercado se mantenha aquecido em razão da  menor oferta prevista para esta safra. Isso decorre, principalmente, da redução de área plantada e da estiagem no Rio Grande do Sul,  além da expectativa de redução da produtividade nos dois estados.

Imagem de 41330 por Pixabay

Balanço de 2022

Depois de dois anos com bom resultado (2020 e 2021), o valor recebido pelos produtores em 2022, em média, não cobriu os custos de produção, que foram puxados para cima devido ao aumento dos preços de fertilizantes e agrotóxicos. Um dos fatores que colaborou para essa elevação foi a alta do dólar, já que a maioria dos agroquímicos utilizados no cultivo de arroz são importados.

Em  2022, o  valor  das  exportações  de arroz e derivados, de Santa Catarina, foi  de aproximadamente US$ 4,08  milhões, resultado da comercialização de 8,6 mil toneladas. Já o valor das importações, no acumulado do ano, chegou a US$ 12,7 milhões e a 28,06 mil toneladas de arroz. A entrada do produto se dá principalmente do Uruguai e do Paraguai.

Por: Marcionize Bavaresco
Observatório Agro Catarinense

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