O outono no Hemisfério Sul começa às 18h25 da próxima segunda-feira (20). Estação de transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco, principalmente no Brasil Central, o outono se caracteriza pelas chuvas mais escassas no interior do país, especialmente no semiárido nordestino, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Já na parte norte das regiões Nordeste e Norte, ainda é época de muita chuva, principalmente, se houver a persistência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) ao sul de sua posição climatológica.
O outono também é caracterizado por incursões de massas de ar frio vindas do sul do continente, que provocam a queda das temperaturas do ar, principalmente, na Região Sul e em parte da Região Sudeste.
Durante a estação, é possível observar as primeiras formações de fenômenos adversos, como nevoeiros nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; geadas nas regiões Sul e Sudeste e no Mato Grosso do Sul; neve nas áreas serranas e nos planaltos da Região Sul, e friagem no sul da Região Norte e nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e até no sul de Goiás.
Condições oceânicas observadas e tendência
Desde o ano passado, as anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM)
na área do Oceano Pacífico Equatorial, denominada Niño 3.4 (entre 170°W-120°W), vem apresentando valores inferiores a -0,5°C, situação em que configura a existência do fenômeno La Niña. Este fato tem contribuído para a ocorrência de chuvas mais frequentes nas regiões Norte e Nordeste, bem como a escassez de chuvas na Região Sul do Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, durante o verão 2022/2023.
Entretanto, nos dois primeiros meses de 2023, as condições de La Niña vêm perdendo intensidade, pois os valores de anomalias de TSM passaram de -0,7°C para -0,4°C, indicando uma transição para condições de neutralidade.
Considerando os próximos meses, o modelo de previsão de ENOS do APEC Climate Center (APCC), centro de pesquisa sediado na Coréia do Sul, aponta para uma probabilidade superior a 80% de que as condições de neutralidade permaneçam até o início do outono/2023, com uma possível transição para a formação da fase quente (El Niño) entre o final desta estação e início do inverno. Neste sentido, é recomendável o acompanhamento das atualizações futuras do progresso do ENOS por meio do monitoramento da TSM no Pacífico para que possa ser verificada a persistência do fenômeno.
Fonte: Revista Cultivar
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay