A Abertura Nacional da Colheita do Milho 2022 foi realizada nesta quarta-feira (13), na Fazenda Gaivota, em Canarana, Mato Grosso. O evento é um dos mais esperados da cadeia do cereal, marcando, oficialmente, o término dos trabalhos em campo na atual safra.
Além da passagem das colheitadeiras, a ocasião também serviu para que especialistas da cadeia do cereal discutissem o controle da cigarrinha, o etanol de milho e as perspectivas de mercado para o fim deste ano e para 2023.
Atualmente, 44% da segunda safra de milho do país – projetada em 88 milhões de toneladas em 2022, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – é produzida em solo mato-grossense. O Brasil se consolida como o terceiro maior produtor do grão no mundo, atrás, apenas, de Estados Unidos e China.
De acordo com o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, a região leste de Mato Grosso foi a escolhida para sediar a Abertura porque, nos últimos anos, passou a fazer a segunda safra do cereal, ganhando ainda mais importância no cenário estadual.
“O milho já ultrapassa a soja em volume e renda em Mato Grosso. Pontualmente, ainda temos soja para retirar dos armazéns, deixando o milho de fora. Lutamos para que o crédito para a construção de armazéns seja parecido com o crédito para máquinas”, enfatizou.
Perspectivas de mercado
O analista da consultoria Safras & Mercado, Paulo Molinari, destacou que o ano de 2022 está sendo marcado pelo estresse e falta de rumo do mercado de commodities agrícolas. “É um ano de pós-pandemia, com inflação recorde em muitos países, o que mexe com a commodities. O petróleo, milho e trigo foram fortemente impactadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia”.
Segundo ele, do total de milho a ser produzido no Brasil no segundo semestre deste ano, apenas metade será absorvido pelo consumo interno. “A exportação será fundamental à recuperação de preços, bem como o desempenho da safra norte-americana. A China não fará grandes compras no Brasil nesses últimos meses de 2022″, acredita.
Assim, para a definição de preços, as condições do clima norte-americano serão fundamentais ao Brasil. “Há uma onda de calor muito forte no meio-oeste dos Estados Unidos, o que pode levar à quebra de safra norte-americana e à definição de preços no futuro”, sinaliza Molinari.
Fonte: Clic RDC