A Rua do Comércio, em São Carlos – SC, outrora referência como polo comercial, hoje carrega um novo título: o de “Descaso Público”. Localização valorizada e desejada por investidores e comerciantes, a via se transformou em um cenário de constante insatisfação devido à interminável saga de obras e intervenções frustradas. Uma verdadeira novela mexicana, cheia de reviravoltas, erros e prejuízos para a comunidade.

A primeira temporada: poeira, asfalto de má qualidade e caos

A Rua do Comércio começou a sua “novela” ainda na primeira revitalização, realizada em pleno período de final de ano – momento crucial para o comércio local. Moradores e comerciantes enfrentaram meses de poeira, transtornos e prejuízos financeiros. Quando finalmente a obra foi concluída, a qualidade do asfalto aplicado foi tão inferior que, sob o sol forte, o material literalmente se rasgava. Não demorou para que o caso fosse parar na Justiça. Apesar do município ter assumido a obra posteriormente, o impacto econômico e social já estava feito.

Nova fase, novos erros: mesma história

Agora, em 2024, a saga continua com a contratação da empresa Oceano Construções LTDA, de Brasília/DF, vencedora da licitação para executar mais uma obra de recuperação asfáltica na Rua do Comércio. O contrato, assinado em 17 de outubro, prevê um prazo de 90 dias para a conclusão, com possibilidade de prorrogação. Contudo, logo nos primeiros dias, problemas começaram a surgir. A falta de sinalização adequada, a ausência de planejamento para evitar o bloqueio total da via e o impacto direto nos comerciantes têm gerado críticas intensas. A insatisfação tomou as redes sociais, com registros de repúdio por parte dos lojistas e moradores.

“Por que não deixaram essa obra para o próximo prefeito?”
“Precisava prejudicar tanto o comércio nesse momento?”
“Uma empresa de Brasília/DF, Prefeito?“

Questionam comerciantes locais, indignados com a situação.

Além disso, a terceirização da execução da obra pela empresa de Brasília/DF levantou ainda mais dúvidas. “Não há serviço suficiente na capital federal para essas empresas? E por que, se sempre era a Planaterra que realizava esse tipo de trabalho?”, questionam os moradores, citando o histórico de licitações locais.

Orientações ignoradas e promessas não cumpridas

Durante a apresentação do edital, em uma determinada sessão da Câmara de Vereadores, foi destacada a importância de executar a obra de forma que permitisse a continuidade do tráfego, recomendando que fosse realizada uma faixa de cada vez, como descrito no edital. Entretanto, essa recomendação foi ignorada, resultando em transtornos ainda maiores.

Como se não bastasse, a Rua Gustavo Johan, usada como rota alternativa para o desvio do trânsito, agora está severamente deteriorada devido ao tráfego pesado de caminhões. “O próximo Prefeito terá que lidar com outro problema: a completa recuperação dessa via, que também está sendo destruída”, lamenta um morador.

Críticas à gestão e perguntas sem respostas

A comunidade exige respostas da administração municipal. Por que uma obra tão importante foi iniciada sem planejamento adequado? Por que não houve diálogo com os comerciantes? E, principalmente, onde está o Prefeito em meio a esse caos?

A administração promete uma nota oficial, tanto da empresa quanto da gestão, afirmando que os prazos estão sendo cumpridos. Mas os comerciantes e moradores não se sentem confortáveis. Para eles, a Rua do Comércio continua sendo um símbolo de descaso e má gestão.

Comerciantes e população das duas localidades, aguardam um posicionamento/apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/ACISC), ao qual homenageou o Prefeito São-carlense com oficio em reconhecimento: “São consideráveis os feitos que mereceram destaque e que impactaram positivamente o desenvolvimento do setor empresarial de nosso município”. (Matéria está no portal da administração de São Carlos).

A cada capítulo dessa novela, as críticas aumentam, e as soluções parecem ainda mais distantes. Resta saber: quem escreverá o próximo episódio e, finalmente, dará um fim digno à história da Rua do Comércio?

Por: Rádio São Carlos – 104.1FM