De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), o Paraná deve bater o recorde de produção de soja na safra 2022/2023, com a estimativa de produção de 22,18 milhões de toneladas em uma área de 5,76 milhões de hectares. O volume é 82% superior ao da safra anterior, graças às condições climáticas favoráveis.
Embora a colheita esteja atrasada em relação às safras anteriores, a qualidade do produto não deve ser afetada. Cerca de 90% das lavouras estão em boas condições e 10% em condições medianas, segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira (30).
Além disso, o Paraná deve ter a maior área de trigo da história, com 1,36 milhão de hectares, o que representa um aumento de 13% em relação ao ano passado. Os bons preços pagos aos produtores e a impossibilidade de plantar a segunda safra de milho são os principais motivos para o aumento da área. Se as condições climáticas ajudarem, a produção pode chegar a 4,5 milhões de toneladas, um aumento de 32% em relação à safra anterior.
A produção de milho também deve aumentar, com uma previsão de produção de 3,76 milhões de toneladas na primeira safra, 26% a mais do que na safra 2021/2022, e uma área estimada em 387,2 mil hectares. A segunda safra de milho teve uma redução de aproximadamente 120 mil hectares em comparação ao relatório do mês de fevereiro, devido ao atraso da colheita da soja, o que pode levar à migração de parte dessa área ou da totalidade para a cultura do trigo.
Com relação ao feijão, a primeira safra de 2022/2023 teve um bom desempenho e excelente qualidade, com uma produção de 197,4 mil toneladas em uma área de 115 mil hectares. Cerca de 86% do volume já foi comercializado. A segunda safra tem uma previsão de produção de 588,8 mil toneladas em 295,9 mil hectares, um aumento de 5% em relação à safra anterior, com a área 12% menor.
Apesar do bom desempenho da produção, os preços da saca de soja caíram nas últimas semanas devido à grande oferta da oleaginosa no mercado, além de preços menores no mercado internacional. Os preços médios recebidos pelos produtores pela saca de feijão de cores foram mantidos, enquanto a saca do feijão tipo preto teve um aumento de 1,6% em relação à semana anterior.
Segundo os técnicos do Deral, eventos climáticos, como secas prolongadas, chuvas excessivas na época da colheita e geadas tardias, têm impactado negativamente a produtividade nos últimos anos. Com isso, os produtores precisam contar com a ajuda do clima para alcançar o potencial de produção esperado.
Fonte: Revista Cultivar
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