GERAÇÃO FRANGOS DE AVIÁRIO

GERAÇÃO FRANGOS DE AVIÁRIO

Por Jaime Folle

O forte apelo da robótica e da intensidade nas redes sociais com programas virtuais de alta atratividade está tornando os jovens da geração Z e H em frangos de aviários, sem chance de olhar para seu exterior e pensar que o mundo lá fora existe e é real, que tem sol, que tem lua, que tem terra, água, e que a comida é feita em panelas e o leite ainda vem da vaquinha.

Meu neto, com cinco anos, começou a chorar e gritar quando viu pela primeira vez um frango assado e que aquele animal seria nosso alimento – até então sempre havia se alimentado sem saber que a carne vem dos animais. Um mundo externo que obriga esta geração a fazer do material virtual uma satisfação inócua, começando desde as roupas, carros, casas, computadores, celulares e, principalmente, a alimentação, com os iFoods, salgadinhos coloridos em mil sabores, tudo está pronto em um piscar de olhos, assim como a ração nos aviários, basta o frango bicar no botão que a ração estará a sua frente sem esforço algum.

Nos aviários, o desenvolvimento precoce chega fazer um frango ficar adulto em menos de 30 dias e mal comparando, estes jovens da geração Z e os mais novos da geração H, que vêm logo atrás, estão se desenvolvendo precocemente, inclusive iniciando-se na prática sexual muito cedo, meninas grávidas com 13 anos e rapazes contando vantagens de ter transado aos 12 anos.

Por outro lado, vejo pais superprotetores, que não querem liberar os filhos para experimentar as dificuldades do mundo, querem dar ração na boca para o resto da vida, assim como esteiras que alimentam seus pintos nos aviários quase que deitados, sem esforço e sem visão de futuro.

As escolas não conseguem mais ensinar. Parece que os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem, pois estamos todos no mesmo barco sem rumo. E o pior é que amanhã estes “aluninhos” estarão colocando bisturis na barriga das pessoas, construindo prédios e administrando municípios, Estados e até o país.

Desculpem escrever neste tom, mas é o mais puro sentimento deste escritor que se inclui neste contexto. Muitos já devem ter percebido e sentido esta angústia na própria pele e, talvez, por falta de oportunidade, não tenham externalizado.

Até a próxima!

Nenhum comentário

Adicione seu comentário