O avanço da seca é realidade em toda a região Sul. No Nordeste, Centro-Oeste e Sul do Rio Grande do Sul, houve áreas afetadas pela falta de chuvas. O mesmo acontece em grande parte do Paraná.
Esse cenário está associado à La Niña, que acontece quando há resfriamento das águas do Oceano Pacífico. O fenômeno provoca a diminuição das chuvas no Sul e aumento no Centro-Norte do Brasil. Além da perda de 43% na produção de milho, a Epagri também estima perdas de 33% da colheita de milho silagem e 29% de soja.
As lavouras de Santa Catarina já sentem os impactos da seca extrema que atinge todo o Sul do Brasil. A Epagri estima que as perdas na produção de milho chegam a 43%, o que faz o preço de vários alimentos aumentar. A previsão é de que a situação melhore apenas após a segunda colheita, na metade do ano.
— A safra de milho de Santa Catarina é a mais atingida pela seca. Com isso, o preço voltou a subir e segue subindo. A situação se agravou muito. A previsão nacional é de escassez de produto durante o ano — relata Enori Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc).
Segundo a Epagri, em novembro de 2021, a saca de milho ao produtor estava custando R$ 82, e agora já chega a R$ 95.
— Até julho, quando tem a colheita da segunda safra, o suprimento do milho em Santa Catarina vai ser bem difícil. Vai ter que importar da Argentina ou de outros países já em abril — Haroldo Tavares, engenheiro-agrônomo da Epagri.
Apesar do milho em Santa Catarina ser usado principalmente para as rações de animais, diversos alimentos à base do produto, que fazem parte do dia a dia dos catarinenses, devem ser influenciados pela alta no preço.
Veja alimentos que devem ficar mais caros
Milho verde
Amido de milho
Óleos
Farinhas
Pipoca
Cervejas
Fonte: Diário Catarinense