O Curso Superior de Tecnologia em Agropecuária da URI, Câmpus de Frederico Westphalen, prepara futuros empreendedores da agropecuária, visando fortalecer a sucessão rural regional, formando-os para o planejamento, organização, produção e comercialização de produtos de origem vegetal e animal. É uma graduação que une a teoria e a prática no estudo da produção rural com recursos locais e tecnologias que respeitem o ser humano e a natureza, promovendo um ambiente socioprodutivo de indústria e mercado qualificados.
Uma das principais características do curso é o regime educacional Pedagogia da Alternância, que busca promover a união entre a teoria e a prática, realizando aulas tanto no espaço universitário quanto a campo, proporcionando ao estudante a observação da realidade e a reflexão do conhecimento científico, das unidades de produção, famílias e comunidade. A Pedagogia da Alternância tem o objetivo de desenvolver a eficiência do aluno na resolução de problemas profissionais, e a sustentabilidade para os processos produtivos, com base na realidade vivida.
Participação na comunidade
O curso recebe estudantes das mais diversas cidades da região, tanto do Rio Grande do Sul, quanto de Santa Catarina. Atualmente, possui um total de 142 estudantes matriculados, divididos em turmas em Frederico Westphalen e na Casa Familiar Rural do município de Alpestre/RS. A graduação recebe o apoio de famílias de agricultores, dos poderes públicos Municipal, Estadual e Federal, de instituições cooperativas e associadas em sindicatos, bem como de empresas que oferecem produtos e serviços ao setor agropecuário regional.
Para auxiliar o ingresso e a manutenção dos alunos do curso, muitos municípios possuem convênio com a URI/FW, por meio dos quais oferecem apoio para que os agricultores das respectivas cidades possam completar seus estudos na área das Ciências Agrárias. Os atuais municípios com convênio são Alpestre, Ametista do Sul, Caiçara, Cerro Grande, Cristal do Sul, Erval Seco, Frederico Westphalen, Jaboticaba, Palmitinho, Pinhal, Planalto, Rodeio Bonito, Taquaruçu do Sul, Vista Alegre, Novo Tiradentes e Pinheirinho do Vale, além das Casas Familiares Rurais dos municípios de Alpestre e Frederico Westphalen. Também, há acadêmicos de Rio dos Índios, Liberato Salzano, Seberi, Iraí, Trindade do Sul, São José das Missões, Três Passos e Gatambu/SC.
Os estudantes também recebem auxílio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), projeto federal que garante o acesso ao conhecimento em diversos níveis de ensino, por meio de parcerias do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), com instituições de ensino públicas e privadas sem fins lucrativos, governos estaduais e municipais, para seus beneficiários, e é direcionado a moradores de assentamento criados ou reconhecidos pelo Incra, quilombolas, trabalhadores acampados cadastrados na autarquia, além de beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). O Pronera contribui para transformar a realidade social e econômica de diversos atores no campo, tornando o meio rural mais abundante, tanto em sua capacidade produtiva, quanto em seus níveis educacionais.
A aluna Mirian da Silva, do município de Cristal do Sul, comenta que, atualmente, tem percebido uma maior presença de jovens no campo, tendo em vista que muitos deles acompanham o trabalho de seus pais desde muito cedo. “Isso é de grande relevância, uma vez que a agricultura é essencial para a sobrevivência humana, e um dos motivos da sucessão familiar estar cada vez mais forte é a inclusão dos projetos de vida dos jovens nas estratégias de reprodução social da família. É um grande benefício para o agricultor, pois como os jovens estão mais presentes na agricultura familiar, eles têm contribuído também para o uso de tecnologias que ajudam a otimizar processos nas lavouras. Através do curso, também recebemos o auxílio de profissionais na área, assim aprendendo a teoria e aplicando na prática”, complementa a estudante.
Francis Casaril, também acadêmico de Tecnologia em Agropecuária e residente em Planalto, explica que seu retorno aos estudos aconteceu depois de conhecer o curso, pois viu uma possibilidade para a sucessão rural. “Ser sucessor, ter estudo, entender o que acontece de modo geral em uma propriedade, além de levar os ensinamentos para minha família, possibilita que eu ajude e auxilie, cada vez mais, com o que eu aprendo no curso. Aprendizados esses que, se não fosse a parceria da URI com os municípios, não seriam possíveis”, acrescenta Casaril.