OS FIHOS DE QUARTO
Por Jaime Folle
Tenho me dedicado nestes últimos anos a estudar as diferentes gerações desde os baby boomers, X, Y, Z e H. Porém, chamou-me muito atenção uma publicação do Fábio Azevedo (psicólogo) do dilema que muitas famílias e comunidades estão vivendo, que são os chamados filhos de quarto.
Antes perdíamos filhos nos rios, nos matos, nos mares, hoje temos perdido eles dentro do quarto! Quando brincavam nos quintais ouvíamos suas vozes, escutávamos suas fantasias e ao ouvi-los, mesmo à distância, sabíamos o que se passava em suas mentes. Hoje, não escutamos suas vozes, não ouvimos seus pensamentos e fantasias, as crianças estão ali, dentro de seus quartos, e por isso pensamos estarem em segurança e ficamos muito tranquilos achando que isso está correto. Quanta imaturidade a nossa.
Agora ficam com seus fones de ouvido, trancados em seus mundos, construindo seus saberes sem que saibam o que são “amizades”, briga com os colegas e irmãos, aprender a jogar bola, nadar nos rios, tomar os tombos da vida para poder enfrentar a realidade adulta. Estão perdendo literalmente a vida, ainda vivos em corpos, mas mortos em seus relacionamentos com seus pais, fechados em um mundo global de tanta informação e estímulos, de modismos passageiros, que em nada contribuem para a formação de crianças seguras e fortes para tomarem decisões moralmente corretas e de acordo com seus valores familiares.
Dentro dos quartos perdemos os filhos, pois não sabem nem mais quem são ou o que pensam, já estão mortos de sua identidade familiar… Se tornam uma mistura de tudo aquilo pelo qual eles têm sido influenciados em uma base de conexão virtual.
Convido você a tirar seu filho do quarto, do tablet, do celular, do computador, do fone de ouvido. Convido você a comprar jogos de mesa, tabuleiros e ter filhos na sala, ao seu lado por no mínimo dois dias estabelecidos na sua semana à noite (além do sábado e domingo). E jogue, divirta-se com eles, escute as vozes, as falas, os pensamentos, e tenha a grande oportunidade de tê-los vivos, “dando trabalho” e que se sintam pertencentes no lar para que não precisem se aventurar nessas brincadeiras malucas para se sentirem alguém ou terem um pouco de adrenalina que antes tinham com as brincadeiras no quintal. Suje a cozinha, faça bolachas, torta, frite batatinha, jogue farinha no chão, isso parece brincadeira… E é! Mas facilite ao filho outras coisas, outros ambientes além do seu quarto.
Acrescente ainda: uma religião aos seus filhos, eles precisam bem cedo aprender que Deus existe. Faça que tudo seja o mais natural possível. O testemunho arrasta, vá junto com ele às igrejas e não deixe na mão somente de avós e de outros fazerem isso. Caso contrário, serão depressivos, angustiados, sem futuro, onde o único caminho é as drogas.
Tirem nossas crianças e jovens do quarto, coloquem eles no coração da família, no coração do pai e mãe, no coração de Jesus.
Amém!
Nenhum comentário