INICIO DE ANO E ANEUROSE DAS METAS

INICIO DE ANO E ANEUROSE DAS METAS

Por: Jaime Folle

A cada início de ano vem os novos desafios para superar os anteriores. Porém, o que deveria ser passos para o sucesso, acaba virando uma neurose para quem as cumpre. São empresas, bancos e até em entidades não privadas, inclusive na polícia, que se chama ‘bater metas’. Os funcionários trabalham incessantemente o ano inteiro para atingir as metas, e vivem à beira da loucura, com a pressão imposta no fechamento dos desafios propostos.

As metas são fundamentais para o sucesso pessoal e das organizações, porém a neurose que se criou nos últimos anos por ‘bater metas’ cada vez mais desafiadoras tem levado, colaboradores, gerentes de empresas e bancos a uma verdadeira paranóia, conduzindo seus funcionários a índices elevados de estresse. Afinal, aonde se quer chegar com esta obsessão em bater recorde em cima de recorde?

            Existem algumas neuroses que foram se criando a partir da revolução industrial e que têm levado a população à beira da loucura:

            1º Temos que ter sucesso na vida e, para tal, o sucesso é definido através do acúmulo de bens.

            2º Temos que ser felizes o tempo todo e a qualquer preço, gastando muito dinheiro, acima da capacidade de ganho; com isso, criou-se uma sociedade que compra tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo e o endividamento.

3º Temos que bater metas e fazer tudo certo, inclusive sob ameaça de demissão, sabendo que não há um único caminho para fazer as coisas.

As metas são necessárias para o sucesso das empresas, e também para as pessoas, desde que elas não se configurem como um fardo excessivo de ameaças constantes, mensalmente.

Menos metas e mais saúde!

A pressão por metas é um dos principais motivos de adoecimento nas escalas de trabalho, tanto físico quanto mental. Segundo o Sindicato dos Bancários, cerca de 69% deles desenvolvem doenças diretamente ligadas à pressão das metas impostas pelos bancos.

Afinal de contas, o que se quer com esta paranóia abusiva de bater metas a vida inteira, cada vez mais desafiadoras, sob o pretexto de pontear a escala do sucesso?

Calma e mais fôlego. Nosso corpo é matéria e espírito, ele não é máquina. Entendo que no futuro, assim como já ocorreu no Japão, Estados Unidos e agora na China, no Brasil também estamos caminhando para uma onda de suicídios coletivos nas organizações, por conta desta neurose que são as metas abusivas dos últimos tempos, impostas pelas organizações. O mundo vai continuar e as metas também, o que não podemos é viver uma neurose destas.

Até a próxima!

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