Um terço das empresas denunciadas foi responsabilizada judicialmente, segundo relatório
Entre 2015 e 2025, os casos de Burnout em ações trabalhistas cresceram 311% no Brasil. Em 2015, eram 584 denúncias de síndrome do esgotamento profissional, como também é conhecida a condição; em 2025, chegou a 2,4 mil.
O levantamento da Predictus analisou 13.515 processos nos últimos dez anos. Os principais casos foram identificados no setor financeiro, com denúncias envolvendo bancos múltiplos e comerciais. O setor apresenta o maior volume absoluto de processos.
— Isso pode ser explicado pela combinação de metas agressivas de vendas, pressão por cross selling, longas jornadas e ambiente altamente competitivo, que acaba criando condições ideais para o desenvolvimento de burnout —, explica o fundador da Predictus, Hendrik Eichler.
O estudo lançado por um dos maiores bancos de dados judiciais do Brasil também revelou que um pouco mais de um terço (38,4%) das empresas foi responsabilizada judicialmente pelo adoecimento dos funcionários.
Explosão de denúncias
Segundo a pesquisa, os processos por Burnout tiveram uma explosão exponencial entre 2022 e 2024. O número de casos passou de 1.293 em 2021 para até 2.973 em 2023, acima do dobro. A pesquisa justifica o crescimento com as mudanças no mercado de trabalho pós-pandemia.
Entre os 13.515 processos trabalhistas analisados no período, as doenças mais registradas foram casos de esgotamento (481), ansiedade e depressão (401) e ansiedade generalizada (287).
O valor médio por condenação pode chegar a R$54.505 em grandes empresas. Em médias empresas, a condenação fica em média R$35.247 e R$16.659 por pequenas empresas. As microempresas, costumam pagar R$10.082.
Região Sul tem segundo melhor índice
Atrás apenas da Região Norte, com 560 processos por Burnout, a Região Sul registrou 802 casos de ações trabalhistas. O Sudeste lidera o ranking com mais de 6 mil processos, seguido pelo Centro-Oeste com 1,192.